O Morumbi virou palco de mais uma polêmica no futebol brasileiro. Neste domingo, o pênalti marcado por Wilton Pereira Sampaio no duelo entre São Paulo e Santos tomou conta das conversas no país. O jogo tinha tudo para ser decidido no talento, mas acabou manchado pela decisão arbitral que deu novo fôlego ao time santista.
O lance tão comentado aconteceu ainda no primeiro tempo. Leo Godoy, lateral do Santos, se jogou desesperado para bloquear o cruzamento de Enzo Díaz. A bola desviou em sua perna e, numa sequência rápida, bateu em seu braço, que estava próximo ao corpo. Mesmo assim, Sampaio não titubeou e apontou para a marca da cal. Os protestos dos jogadores do São Paulo foram intensos, pedindo revisão do VAR, mas o árbitro se manteve firme e seguiu o jogo, sem acionar o recurso de vídeo.
Com a bola na marca penal, Tiquinho Soares teve tranquilidade para deslocar o goleiro e garantir o empate parcial. O clima esquentou tanto em campo quanto fora dele, com torcidas e comentaristas divididos entre a justiça e o exagero do apito.
Rubén Zubeldía, técnico do São Paulo, foi rápido ao sair em defesa de seus comandados. Na entrevista após o jogo, não escondeu a indignação. Ele reforçou o questionamento sobre o critério utilizado por Sampaio e, principalmente, a ausência da interferência do VAR. "É frustrante não ver o árbitro buscar o vídeo num lance tão determinante. O futebol brasileiro precisa de mais transparência nesse tipo de decisão", declarou visivelmente irritado.
Esse episódio reacende as discussões sobre a consistência da arbitragem no Brasileirão. Com a chegada do VAR, criou-se a expectativa de que erros claros seriam corrigidos no calor do jogo, mas a realidade mostra decisões confusas e, muitas vezes, falta de uniformidade nos critérios de marcação de penalidades e uso da tecnologia.
Nos bastidores dos clubes, dirigentes e torcedores cobraram explicações. Não faltaram comparações com outros lances nesta mesmo rodada, em que o uso do VAR demorou uma eternidade ou então interferiu em jogadas menos polêmicas. Muitos se questionaram: qual é, afinal, o padrão seguido?
No fim, a vitória tricolor veio — mas o debate ficou. O clássico, que tinha tudo para ser lembrado pela qualidade dos times e pelo ambiente de um Morumbi lotado, virou símbolo de mais um capítulo turbulento da relação brasileira com a arbitragem. Para quem acompanha de perto o futebol nacional, a sensação é de déjà vu: a cada rodada, surge uma nova dúvida, alimentando discussões que parecem não ter fim.