Muitas pessoas ao redor do mundo consideram a Sexta-Feira 13 um dia de má sorte, mas poucos sabem que esse mito foi, em grande parte, popularizado por Thomas W. Lawson, um financista excêntrico do século 19. Lawson nasceu em 1857 no interior dos Estados Unidos e passou uma infância humilde, mas sua vida rapidamente tomou outro rumo quando se inseriu no mundo da finança.
No entanto, é em seu romance, 'Friday the 13th', que sua influência sobre a cultura popular e a superstição realmente se destaca. Publicado em 1907, o livro narra a história de um corretor de ações que escolhe a temida Sexta-Feira 13 para causar um colapso em Wall Street. Integrando o medo já existente do dia da semana com a aversão ao número 13, o livro de Lawson ajudou a cimentar essa data como um símbolo de azar em diversas culturas. Para agravar essa combinação já alarmante, sua vida imitou sua arte de maneira desconcertante.
Na madrugada de uma Sexta-Feira 13, precisamente em 14 de dezembro de 1907, um dos maiores projetos de Lawson teve um fim abrupto. O navio Thomas W. Lawson, nomeado em sua homenagem, era a maior embarcação à vela já construída sem motor de propulsão. Sua construção sem igual levava cerca de 60.000 barris de óleo leve quando afundou nas águas ao redor de Boston, cidade onde Lawson residia. A tragédia deu origem a um dos primeiros grandes desastres ecológicos documentados da época, e o fato de ter ocorrido tão perto da fatídica data não fez nada para erradicar as superstições.
Mas quem era realmente Thomas W. Lawson além dos mitos e tragédias associadas ao seu nome? Ele foi um homem de extremos. Nascido na pobreza, Lawson logo se tornou um dos homens mais ricos da América, construindo um império financeiro e residências luxuosas, como o complexo extravagante chamado Dreamworld em Scituate.
Ao longo de sua vida, Lawson cultivou uma postura controversa; ele não apenas construiu sua riqueza, mas também tentou reformar Wall Street. Sua campanha publicitária e seus escritos expuseram muitas práticas corruptas e fracassadas da bolsa de valores, ganhando-lhe tanto seguidores quanto inimigos poderosos. Contudo, como muitos financistas antes dele, a fortuna de Lawson não era imune aos caprichos do mercado. Na década de 1920, marcado por crescentes dívidas, ele se viu obrigado a leiloar a maior parte de seus bens, incluídas joias e navios onerosos.
Em uma reviravolta melancólica do destino, Lawson morreu em 1925 na pobreza, marginalizado e esquecido pelo público que outrora tanto o admirou e temeu. O final de sua vida foi um reflexo sombrio de seus inícios humildes, mas seu legado permaneceu, esculpido na memória popular e na cultura financeira dos Estados Unidos.
Apesar de seu declínio financeiro e social, Thomas W. Lawson deixou marcas indeléveis na história. Ele é lembrado não só como o excêntrico que popularizou a superstição em torno da Sexta-Feira 13, mas também como um visionário que tentou, com fervor, reformar o mundo das finanças. Além disso, a contribuição estética de Lawson ao design de interiores é digna de nota; ele é creditado com a criação de um dos modelos de sofá mais populares dos Estados Unidos, que leva seu nome até hoje.
Em resumo, a trajetória de Lawson é um intrigante conto de ambição, sucesso, desastre e reinvenção. Sua vida serve como uma lembrança de como a fama e a fortuna podem ser transitórias, mas também de como um indivíduo pode, de maneiras inesperadas, deixar uma marca duradoura na sociedade. E assim, a lenda de Thomas W. Lawson continua a ser contada, tanto nos livros de história quanto nos corações dos supersticiosos em todo o mundo.