O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, abriu o encontro de líderes do G20 com um anúncio de grande peso: a criação da Aliança Global Contra Fome e Pobreza. Este anúncio foi feito durante a cerimônia de abertura da cúpula, realizada no dia 18 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro. A iniciativa visa combater a fome e a pobreza em nível mundial, recebendo o suporte notável de 148 membros fundadores que incluem 81 países, além de entidades como a União Europeia, a União Africana, várias organizações internacionais, instituições financeiras e numerosas organizações filantrópicas e não governamentais.
Em seu discurso, Lula enfatizou que a fome não é uma questão de escassez de recursos ou de acontecimentos naturais, mas um produto direto de decisões políticas que perpetuam a exclusão. Ele apontou um dado alarmante: mesmo produzindo 6 bilhões de toneladas de alimentos por ano, 733 milhões de pessoas ainda enfrentam a fome. Este número é comparável às populações combinadas de países como Brasil, México, Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Canadá. Para Lula, esta situação é um emblema de vergonha para a humanidade que, com os recursos existentes, poderia ser evitada.
A aliança foi lançada com o principal intuito de articular recomendações internacionais, políticas públicas eficazes e encontrar fontes de financiamento para combater a fome e a pobreza. Segundo Lula, o mundo está em uma situação mais crítica do que durante seus mandatos anteriores, com um número recorde de conflitos armados e o maior número de deslocamentos forçados já registrado. Portanto, ele instou os líderes do G20 a agirem proativamente para eliminar essa realidade inaceitável.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza não se limitará aos países do G20. Terá um alcance global, com governança independente, o que permitirá que cada nação participante desenvolva ações específicas de acordo com seu contexto interno. A aliança funcionará como um canal para captar recursos e investimentos de nações e organizações que podem auxiliar financeiramente os países que necessitam de suporte.
Entre os apoiadores destacados estão a União Africana e a União Europeia. Alguns países já começaram a tomar medidas concretas. A Serra Leoa, por exemplo, comprometeu-se a expandir a distribuição de merendas escolares para 100% dos estudantes até 2030. Já a Indonésia pretende fornecer refeições para 78 milhões de estudantes. Outros países, como Palestina e Tanzânia, já se comprometeram a oferecer tratamentos de emergência e expandir serviços para o desenvolvimento infantil.
Importante destacar é que a Aliança não terminará com a presidência de Lula no G20. A África do Sul, próximo país a presidir o grupo, já se comprometeu a manter o ímpeto da aliança. Esse compromisso contínuo assegura que o foco global na erradicação da fome e da pobreza não só se mantenha, mas cresça, ganhando a importância que merece em fórum internacional.
Este lançamento imponente e cheio de esperanças é um sinal claro de que, com vontade política e colaboração internacional, podemos fazer diferença real na vida de milhões de pessoas. A missão de exterminar a fome e a pobreza é, de fato, um desafio titânico, mas iniciativas como a Aliança Global no G20 deixam claro que é um desafio que vale a pena enfrentar.