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Laver Cup 2025: Agassi muda o clima do Time Mundo e impulsiona João Fonseca em São Francisco

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Laver Cup 2025: Agassi muda o clima do Time Mundo e impulsiona João Fonseca em São Francisco

Agassi assume e muda o clima do Time Mundo

Boné na cabeça, palmas ritmadas, música no banco e um olho clínico para ajuste fino. Foi assim que Andre Agassi estreou como capitão do Time Mundo na Laver Cup 2025, em São Francisco. No primeiro dia, a Europa venceu três dos quatro jogos e abriu 3 a 1, mas a imagem que ficou no Chase Center foi a do oito vezes campeão de Grand Slam saltando para comemorar cada ponto da sua equipe.

Agassi entrou no lugar de John McEnroe e já impôs um estilo próprio: menos sisudez, mais presença. Ele não se limitou a falar de tática no intervalo das trocas; trabalhou o emocional dos jogadores, puxou cânticos no banco, e virou um extintor de incêndio para espantar nervosismo. Em eventos de time, onde o clima muda ritmo e confiança, isso pesa. E pesou.

O formato da competição ajuda a manter tudo vivo. Na Laver Cup, os jogos de sexta valem 1 ponto, os de sábado valem 2 e os de domingo, 3. Vence quem chega a 13. Ou seja, um 3 a 1 inicial vira pó rápido se o Time Mundo encaixar uma sequência no segundo dia. Os confrontos são melhor de três, com match tiebreak a 10 no set decisivo, o que encurta margens e amplia a chance de surpresas.

Do outro lado, a Europa veio encorpada e bem organizada. O time, capitaneado por Yannick Noah e com Tim Henman como vice, aproveitou as chances e administrou a vantagem. A leitura de Noah foi fria: sacar a juventude com intensidade, pontuar cedo e tirar o barulho do ginásio. Funcionou, mas não abafou a história do dia.

João Fonseca responde e vira peça-chave

João Fonseca responde e vira peça-chave

O ponto do Time Mundo saiu das mãos de um brasileiro de 19 anos que não se assusta com holofotes. João Fonseca superou o italiano Flavio Cobolli num jogo de muita aceleração, usando saque e forehand para ditar o ritmo. Foi mais do que uma vitória: foi uma prova de que ele está pronto para encarar vitrine grande, com pressão e expectativa.

Fonseca não fez milagre sozinho. Agassi esteve a poucos metros, falando no tempo certo, sem despejar informação. Em vez de sobrecarregar, recortou instruções curtas: posicionamento na devolução, escolha de direções, paciência para subir a quadra no momento certo. E, quando o calor bateu, entrou o capitão animador: música, frases de incentivo, uma energia que contaminou o banco. A combinação tática + emocional virou gasolina pura.

Para quem acompanha a trajetória do carioca, a cena faz sentido. Ele chega a 2025 com evolução constante desde o circuito juvenil e com resultados que o tiraram do rótulo de promessa. O detalhe que mais chama atenção não é só a potência: é a coragem de bater na bola na subida, de encurtar pontos e viver com o risco. Em eventos curtos, essa mentalidade vale ouro.

O Time Mundo, com Agassi e o vice-capitão Pat Rafter, tem um elenco que mistura agressividade e volume de jogo: Taylor Fritz, Alex de Minaur, Francisco Cerúndolo, Alex Michelsen e o gigante Riley Opelka completam a equipe. É um grupo talhado para quadra dura, com saque forte e disposição para tomar a iniciativa. Se acertar a dupla e calibrar devolução, o sábado pode virar.

Do lado europeu, a lista assusta qualquer capitão: Carlos Alcaraz, Alexander Zverev, Holger Rune, Casper Ruud, Flavio Cobolli e Jakub Mensik. A espinha dorsal combina potência de fundo com um padrão sólido de trocas longas. Em jogos curtos, a chave é tirar conforto na devolução e quebrar a rotina de primeiro saque. Agassi sabe disso e já testou ajustes no Dia 1.

O segundo dia costuma ser o verdadeiro termômetro da Laver Cup. Com cada vitória valendo 2 pontos, o capitão que acerta o desenho do sábado muda o roteiro do fim de semana. O que observar? Duas frentes. Primeiro, quem abre a programação: começar pontuando pressiona o adversário para o resto do dia. Depois, a dupla: alinhar um sacador (como Opelka) com um devolvedor seguro muda a matemática no tie-break.

A atmosfera no Chase Center ajuda o Time Mundo. O público de São Francisco comprou o papel de sétimo jogador, vibrando em bloco a cada mini-quebra no match tiebreak. E Agassi sabe conduzir essa onda. Ele aplaude, chama o público e usa o barulho para interromper a sequência europeia. Não é só show; é gestão de momento, coisa que ele dominava quando jogava.

No detalhe técnico, Fonseca ganhou confiança com a vitória sobre Cobolli: a devolução de segundo saque entrou pesada na cruzada e abriu quadra para a paralela curta; no saque, variou alturas para escapar do backhand do italiano. Se mantiver essa leitura e reduzir erros não forçados no começo de cada set, vira candidato a dois pontos no fim de semana — seja em simples ou numa dupla estratégica.

Calendário, elenco e bastidores contam parte da história, mas a Laver Cup tem um ingrediente que explica por que Agassi virou protagonista tão rápido: o jogo é coletivo, e o capitão influencia a quadra de maneira direta. Ele escreve a ordem dos jogos, escolhe perfis para duplas, acalma nervos, muda tendências durante as trocas. Quando o líder está 100% entregue, o grupo sente.

Se a Europa levou a melhor na sexta, ninguém no vestiário do Time Mundo saiu com a sensação de fim de linha. O desenho de sábado pode reabrir tudo. E, nesse cenário, a presença de um capitão que canta, vibra e traduz o jogo em frases simples — enquanto um jovem brasileiro aumenta o volume a cada rodada — é exatamente o tipo de história que mexe com o torneio.

Escalações dos times no Chase Center:

  • Time Europa (capitão Yannick Noah; vice Tim Henman): Carlos Alcaraz, Alexander Zverev, Holger Rune, Casper Ruud, Flavio Cobolli, Jakub Mensik.
  • Time Mundo (capitão Andre Agassi; vice Pat Rafter): João Fonseca, Taylor Fritz, Alex de Minaur, Francisco Cerúndolo, Alex Michelsen, Riley Opelka.

A conta é simples: 3 a 1 Europa após o Dia 1. Sábado vale o dobro. Domingo vale o triplo. Se o Time Mundo acertar o plano e mantiver o pulso emocional, a Laver Cup em São Francisco pode virar de lado na mesma velocidade com que Agassi salta do banco para um high-five.

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