Quando ouvimos notícias de aviões colidem, a imagem que vem na cabeça é a de um desastre inesperado. Mas a maioria desses acidentes tem explicações técnicas que podem ser evitadas. Neste artigo vamos descomplicar o assunto, mostrar exemplos recentes e explicar como as companhias e os reguladores trabalham para reduzir essas ocorrências.
Existem três grupos principais de causas. Primeiro, os erros humanos: comunicação falha entre pilotos e controle de tráfego, decisões precipitadas ou falta de treinamento adequado. Segundo, falhas técnicas, como sensores de proximidade que não funcionam ou sistemas de navegação desatualizados. Por fim, condições externas: mau tempo, turbulência forte ou até interferência de satélites. Normalmente, um acidente resulta da combinação de mais de um desses fatores.
Um caso que ilustra bem isso foi o choque entre duas aeronaves de carga perto de um grande aeroporto europeu em 2023. A investigação revelou que o primeiro avião estava em rota de descida e o segundo ainda em pista de partida; a falha ocorreu porque o controlador de tráfego não recebeu a atualização de altitude a tempo. Esse tipo de erro de comunicação ainda acontece, mas os protocolos de checagem dupla têm sido reforçados.
As companhias aéreas investem pesado em tecnologia de prevenção de colisões. O sistema TCAS (Traffic Collision Avoidance System) emite alertas automáticos quando duas aeronaves se aproximam demais, sugerindo manobras de desvio. Além disso, o uso crescente de dados em tempo real via satélite permite que o controle de tráfego tenha uma visão mais clara das rotas, diminuindo a margem de erro.
Os reguladores, como a ANAC no Brasil e a FAA nos Estados Unidos, exigem treinamentos simulados a cada 6 meses. Eles também mantêm normas rígidas para a atualização de equipamentos de navegação, obrigando as companhias a substituir sensores com mais frequência. Essa pressão regulatória tem resultado em uma queda significativa de incidentes nos últimos cinco anos.
Se você é passageiro, pode ficar mais tranquilo sabendo que, antes de decolar, a equipe verifica múltiplos sistemas de segurança. Uma dica prática: ao fazer check‑in, pergunte ao agente se o voo está equipado com TCAS. Não é comum, mas demonstra que você acompanha as medidas de segurança.
Em resumo, as colisões de aviões são raras, mas não impossíveis. Elas geralmente acontecem por erro humano combinado com falhas técnicas ou condições adversas. A boa notícia é que a aviação está constantemente evoluindo, adotando novas tecnologias e reforçando o treinamento dos profissionais. Cada lição aprendida ajuda a tornar o céu mais seguro para todos nós.
Dois aviões, um da Gol e outro da Latam, colidiram no chão do Aeroporto de Congonhas, São Paulo, na segunda-feira, 29 de julho. O incidente aconteceu durante o procedimento de pushback devido a uma falha no equipamento. Nenhum passageiro se feriu. Por conta da colisão, alguns voos foram cancelados e passageiros remanejados para outras aeronaves.