Se você já ouviu falar do FGTS mas ainda tem dúvidas, está no lugar certo. O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é um direito de todo trabalhador com carteira assinada no Brasil. Ele funciona como uma poupança compulsória: todo mês o empregador deposita 8% do seu salário em uma conta vinculada ao seu nome. O objetivo é garantir uma reserva financeira para situações como demissão sem justa causa, compra da casa própria ou até mesmo para enfrentar uma emergência.
Mas como transformar esse dinheiro em algo útil no dia a dia? Primeiro, você precisa saber se realmente tem direito ao fundo e como acessar as informações. Vamos descomplicar cada passo, sem jargon ou burocracia desnecessária.
Basicamente, todo trabalhador formal tem direito ao FGTS. Isso inclui quem tem contrato de trabalho sob o regime da CLT, domésticos, pescadores artesanais e até alguns servidores públicos contratados. Se você já recebeu um contracheque com a palavra "FGTS" ou viu o recolhimento no seu holerite, já está contribuindo.
Algumas exceções existem: estagiários, freelancers que trabalham por pessoa jurídica e trabalhadores temporários que recebem menos de 15 dias de contrato não acumulam saldo. Também vale lembrar que o FGTS não gera rendimentos como a poupança, mas tem correção anual baseada na Taxa Referencial (TR) mais juros de 3% ao ano.
O primeiro passo é verificar o saldo. Você pode fazer isso de três maneiras: pelo site da Caixa (caixa.gov.br), pelo aplicativo FGTS ou ligando para a Central de Atendimento (0800 726 0207). Basta informar seu número de CPF e, se for a primeira consulta, criar uma senha de acesso.
Quando for a hora de sacar, preste atenção nas regras. O saque pode acontecer em casos como demissão sem justa causa, término de contrato por prazo determinado, aposentadoria, compra ou financiamento de imóvel, ou ainda em situações de doenças graves. Em 2023, o governo lançou o saque‑extra para quem tem mais de 30 anos de contribuição, mas isso foi temporário.
Para efetuar o saque, vá até uma agência da Caixa com documentos básicos: RG, CPF, carteira de trabalho e comprovante de residência. Se for usar o app, a própria plataforma permite solicitar o saque digital para contas bancárias já cadastradas. O dinheiro costuma cair na conta em até 5 dias úteis.
Dicas rápidas: antes de sacar, compare o valor que receberia agora com o que poderia acumular usando o FGTS para comprar um imóvel. Em muitos casos, investir em casa própria rende mais a longo prazo. Também verifique se você tem direito a alguma modalidade de saque‑social, que costuma ter condições facilitadas para trabalhadores de baixa renda.
Por fim, nunca deixe de acompanhar seu extrato. Erros de depósito podem acontecer, e a Caixa costuma corrigir depois que o trabalhador aponta a diferença. Se detectar alguma irregularidade, registre um chamado imediatamente.
Com essas informações, você já está pronto para entender o FGTS, conferir seu saldo e fazer o melhor uso possível do seu direito. Lembre‑se: o fundo está aí para proteger você nas fases difíceis e para ajudar a realizar sonhos, como a casa própria. Use-o com sabedoria e mantenha seu cadastro sempre atualizado.
As recentes modificações nas regras do FGTS e do seguro desemprego no Brasil podem colocar trabalhadores em situação vulnerável. Visando aliviar o ônus financeiro para os empregadores, essas novas regras permitem deduções maiores do FGTS e dificultam o acesso ao seguro desemprego. Especialistas alertam para o impacto negativo nas classes de baixa renda e em empregos precários, potencializando a desigualdade de renda.