Quando a palavra 'violência' aparece dentro de casa, o impacto pode ser devastador. Não é só agressão física; pode ser psicológica, sexual, econômica ou moral. Conhecer os diferentes tipos ajuda a perceber o que está acontecendo e a reagir antes que a situação piore.
Os indícios variam, mas alguns padrões são comuns. Quem sofre pode apresentar medo constante, isolamento de amigos e família, mudança de humor repentina ou até marcas físicas inexplicáveis. A pessoa que comete o abuso costuma controlar o dinheiro, impedir que a vítima trabalhe ou até monitorar telefonemas e redes sociais. Se algo parece fora do normal, vale confiar na intuição.
Na prática, fique atento a frases como "ele/ela sempre me controla" ou "não consigo sair de casa sem permissão". Esses relatos costumam ser pista de que há um padrão de poder e submissão. Não subestime relatos que parecem “exagerados”; a vítima pode estar tentando proteger a própria integridade.
O caminho mais rápido costuma ser a Central de Atendimento à Mulher – 180 – que funciona 24 horas. O serviço garante anonimato e orienta sobre os passos seguintes, como registrar um boletim de ocorrência ou solicitar medida protetiva. Se houver risco imediato, ligue para a polícia (190).
Além disso, o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e a Defensoria Pública oferecem apoio jurídico gratuito. Muitas cidades têm Delegacias da Mulher especializadas, onde o atendimento é mais sensível. Leve documentos, fotos de lesões ou mensagens ofensivas; isso pode acelerar a decisão judicial.
Se o agressor for parente próximo, o processo pode ser ainda mais delicado. Nesse caso, procure uma rede de apoio: amigos, familiares, grupos de apoio online ou ONGs como a Casa da Mulher Brasileira. Elas fornecem acolhimento emocional e ajudam a planejar a saída com segurança.
É essencial lembrar que a vítima tem direito a afastamento do agressor, além de assistência social, psicológica e, se necessário, moradia temporária. A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) garante esses direitos e permite que a medida protetiva seja concedida em até 48 horas, se houver risco.
Por fim, cuide de quem esteve envolvido. O processo de recuperação pode levar tempo, mas o apoio constante faz diferença. Ofereça escuta sem julgamento, incentive a busca por terapia e ajude a reconstruir a autonomia financeira, se for preciso.
Violência doméstica não é um problema privado; é questão de direito humano. Cada pessoa que reconhece e age contra essa realidade contribui para uma sociedade mais segura. Se você ou alguém que conhece está nessa situação, procure ajuda agora mesmo. Não há motivo para sofrer em silêncio.
A Secretaria das Mulheres promove uma Blitz – Maria da Penha em comemoração aos 18 anos da Lei Maria da Penha. O evento ocorrerá na avenida Frei Serafim, visando conscientizar a sociedade sobre a importância de combater a violência doméstica e familiar contra as mulheres. A iniciativa destaca a relevância da lei e seus impactos ao longo dos anos.