No Maracanã, às 21h30 de quinta-feira, 15 de maio de 2025, o Flamengo entrou em campo com a pressão de quem não pode errar. Diante do LDU, na quinta rodada do Grupo C da Copa Libertadores 2025, o Rubro-Negro precisava vencer — e muito — para manter viva a esperança de classificação. Com apenas cinco pontos, três atrás do líder equatoriano, o time de Filipe Luís não tinha margem para erros. E, com o elenco abalado por lesões, a solução veio na adaptação, não na substituição.
Isso não foi sorte. Foi estratégia. Filipe Luís sabia que precisava de mais força física, mais cobertura, mais intensidade. E Evertton Araújo, até então reserva, mostrou nos treinos o perfil que o time precisava: marcador, organizador, com cabeça erguida. O jovem de 22 anos, que vinha sendo usado como substituto, agora tinha a responsabilidade de sustentar o meio-campo sem Pulgar e Allan. E não foi só ele. De La Cruz, que havia sido preservado no último jogo da Série A, retornou à equipe titular, formando um trio com Gerson e Arrascaeta.
Na frente, o dilema era ainda maior. Pedro, que vinha se recuperando fisicamente após uma lesão muscular, estava na reserva — não por falta de talento, mas por risco. O técnico não queria correr o risco de perdê-lo antes da próxima fase. Então, apostou em Michael como titular, com Bruno Henrique como alternativa de impacto. Juninho, mais técnico, ficou como opção de mudança no segundo tempo. O que se viu foi um ataque que não precisava de gols espetaculares — precisava de eficiência. De uma bola parada, de um contra-ataque rápido, de uma decisão individual.
Na próxima rodada, contra o Fluminense em casa, o Rubro-Negro terá mais chances. Mas só se mantiver esse nível. Porque, na Libertadores, não se avança com sorte. Avança com organização, com coragem — e com jogadores que aceitam papéis novos. Evertton Araújo não é o nome que todos esperavam ver na escalação. Mas agora, é o nome que todos vão lembrar.
Plata, ainda de fora, pode voltar em junho. Viña, com tratamento intensivo, deve retornar em julho. E Evertton Araújo? Ele não é mais um reserva. É o futuro — e talvez, o presente.
Com lesões de Erick Pulgar e Allan, o Flamengo precisava de um volante com energia e leitura de jogo. Evertton Araújo, antes reserva, mostrou consistência nos treinos e foi escolhido por sua capacidade de cobrir espaços e ligar o meio ao ataque — algo que o time precisava urgentemente.
A falta de Plata reduziu a profundidade no ataque, forçando o uso de Michael e Bruno Henrique em dupla. Já a ausência de Viña obrigou o técnico a escolher entre Alex Sandro e Ayrton Lucas na esquerda, o que afetou a estabilidade defensiva, mas foi compensado pela mobilidade de Wesley na direita.
Sim. Com cinco pontos, o Rubro-Negro precisa vencer o Fluminense e torcer por uma derrota do LDU contra o Bolívar. Mesmo se empatar, ainda pode se classificar com um bom saldo de gols — mas a vitória é essencial. O time já mostrou que tem capacidade de reagir sob pressão.
Evertton Araújo assumiu o papel de pivô defensivo, com Gerson e Arrascaeta criando atrás de Michael e Bruno Henrique. Sua atuação foi decisiva: 11 desarmes, 85% de precisão nos passes e 93 minutos jogados — números que o colocam como o grande descoberta do técnico Filipe Luís nesta fase da competição.
Pedro ainda está em fase de recuperação física após uma lesão muscular. O técnico preferiu preservá-lo para os jogos decisivos da próxima fase, evitando riscos. Mesmo com boa forma, o risco de recaída era maior do que o benefício imediato.
Antes criticado por ser conservador, Filipe Luís foi elogiado por sua adaptação tática. A escolha de Evertton Araújo e a reorganização da defesa mostraram flexibilidade. O técnico provou que sabe gerenciar crise — e isso pode ser mais valioso do que qualquer título nesta fase.